Local ficou conhecido como cenário do holocausto brasileiro 

Entre os dias 30 de outubro e 02 de novembro, acadêmicos do curso de Psicologia do Centro Universitário Integrado estiveram em Minas Gerais para conhecerem de perto parte da história do Hospital Colônia de Barbacena, conhecido como o local do holocausto brasileiro e que hoje abriga o “Museu da Loucura”.

O curso, que já havia levado seus alunos nestes mesmos locais em 2017, neste ano renovou a experiência, proporcionando aos futuros psicólogos uma experiência extramuros da sala de aula.

Além de visitarem o museu, os estudantes, acompanhados pelos professores Greicy dos Anjos, Jenniffer Lucas e Felipe Petreca, se hospedaram em Tiradentes e lá puderam conhecer muito sobre a história brasileira.

Para o acadêmico Estevão Perasol, a viagem foi uma experiência enriquecedora. “Em Tiradentes(MG), foi extasiante poder conhecer de pertinho uma parte da história do Brasil e visitar locais em que figuras tão importantes para a liberdade do país estiveram há muitos anos. Foi muito engrandecedor ter contato com a cultura e as histórias locais, sem se esquecer das memórias vivas de um período marcado pela escravização dos negros e pela opressão do governo português. Já a visita ao Museu da Loucura, em Barbacena (MG), foi uma experiência única. É imensurável o valor de se conhecer essa parte tão problemática da história brasileira e ver com os próprios olhos os terrores causados por práticas desumanas encobertas pela fachada de cuidado à saúde mental. Foi uma experiência enriquecedora, tanto pessoalmente quanto em minha formação profissional, pois é necessário manter a história viva para que estas práticas manicomiais não voltem a se repetir”.

A professora Jennifer Lucas explica que a visita técnica é uma experiência única para os acadêmicos e reverbera em suas formações. “Presentificar nossos alunos silenciando para ouvir o incompreensível que matou cerca de 60 mil pessoas internadas à força, obrigadas a beber de esgoto ou urina, espancadas e violadas, demarca a importante tarefa de formar psicólogas(os) que transformam os silenciamentos em palavras e as palavras em memórias. A retratação da identidade daqueles que foram relegados a um não ser devolve um lugar, dá sentido às palavras e as situações de violências que sofreram com a banalização. Torço que a experiência dessa visita ao Museu da Loucura tenha auxiliado para uma formação em Psicologia mais sensível aos direitos das pessoas em sofrimento mental e que tal sensibilidade demonstre que não se trata apenas de não repetir as barbáries de um passado, mas de observar que tais barbáries por vezes se repetem nos tempos atuais com novas roupagens”.